COLESTEROL:
entenda como defender seu coração desse vilão

Por Rafael Bombein – editado pelo jornalista Fábio Busian (MTB 81800)

As doenças cardiovasculares em decorrência do colesterol alto são a principal causa de mortes no mundo atualmente e custam a vida de 100 mil brasileiros por ano. 

O número é assustador mas, mesmo assim, a população brasileira com obesidade vem aumentando e em 2030 estima-se que 68% dos brasileiros poderão estar com excesso de peso – de acordo com o estudo A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS, realizado por 17 pesquisadores do Brasil e do Chile.

Mas calma! Apesar da péssima fama, o colesterol é essencial ao organismo, pois está presente na estrutura de todas as células, fazendo parte da composição dos hormônios e de algumas vitaminas. Só é preciso entendê-lo e controlar a alimentação. 

Existe colesterol bom e ruim?

SIM! O colesterol é só um, o que varia é seu meio de transporte, bem como o destino, podendo ser de alta ou de baixa densidade. 

O HDL é conhecido como o ‘colesterol bom’. Ele tira o colesterol das células, para ser eliminado, ajudando a evitar o entupimento das artérias e seu nível deve ser alto.

O LDL é conhecido como ‘colesterol ruim’ ou ‘mau colesterol’. O excesso dele pode aumentar a chance dos problemas cardiovasculares, por se depositar nas paredes das artérias, formando placas que aumentam o risco de infarto e de derrame, processo conhecido como aterosclerose. E seu nível deve ser mantido baixo.

Como prevenir?

Ter o colesterol alto não apresenta sintomas e a única forma de diagnosticá-lo é pelo exame de sangue. Quanto mais cedo se controlar o colesterol na vida, maior a chance de se detectar a tendência genética de produzir mais colesterol do que o necessário.

Fatores de risco

A presença de níveis elevados de gorduras no sangue pode ter origem genética e ser herdada dos pais para os filhos. É a chamada hipercolesterolemia familiar, condição que raramente pode ser tratada apenas com mudanças no estilo de vida. Vários genes já foram associados a esta condição.

Pratique atividade física e se alimente melhor

A prevenção se faz através de um estilo de vida saudável, com consumo moderado de gorduras saturadas e atividade física regular. Porém, é preciso estar ciente de que, do colesterol sanguíneo que temos, somente 15% vem da alimentação; o restante é produzido especialmente pelo nosso fígado, e nesse caso, somente medicação consegue inibir sua produção e reduzir os valores no sangue. As melhores dietas reduzem somente 10% do colesterol sanguíneo.

Hábitos de vida saudável, ainda na infância e na adolescência, seriam a prevenção primordial.  Após os 40 anos de idade, porém, se inicia o período de maior prevalência dos principais fatores de risco para a doença cardiovascular: o colesterol elevado, a hipertensão arterial e o diabetes, acrescidos pelo tabagismo, obesidade e sedentarismo; nas mulheres, a chegada da menopausa é também um fator de risco.

Fake ou verdade

  • Somente obesos têm colesterol alto

FAKE! Nem todas as pessoas com excesso de peso têm colesterol elevado, assim como alguns indivíduos magros podem apresentar conteúdo sanguíneo elevado. Embora a obesidade aumente a chance do aparecimento do colesterol elevado, isso não é um fator determinante. 

  • Óleo de coco diminui o colesterol

FAKE! Não há evidências científicas que justifiquem o consumo de óleo de coco para esse fim. 

  • Comer fibras ajuda a combater o colesterol 

VERDADE! As fibras são benéficas no controle do colesterol. 

  • Colesterol alto é fator de risco para outras doenças

VERDADE! O excesso de colesterol já é uma doença em si. Mas favorece também o desenvolvimento da aterosclerose, que se caracteriza pela deposição e acúmulo de gorduras nas artérias e no aumento no risco de ocorrer eventos isquêmicos centrais e periféricos, como acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, doenças vasculares obstrutivas periféricas. 

  • Somente frituras aumentam o colesterol

FAKE! Alimentos ricos em gorduras trans e gorduras saturadas são um risco à nossa saúde. Frituras que usam óleo de soja possuem gorduras insaturadas, que aumentam o colesterol ruim. Ao nível industrial e nos fast foods, a gordura normalmente utilizada é a gordura vegetal hidrogenada – rica em gorduras trans, que devem ser evitadas em qualquer preparação culinária. Portanto, o tipo de preparo e origem da fritura vão determinar se essa vai ou não contribuir para elevar o colesterol, ou seja, nem toda fritura contribuirá para o aumento do colesterol. 


Referencias
  1. https://bvsms.saude.gov.br/08-8-dia-nacional-de-prevencao-e-controle-do-colesterol-2/
  2. https://socesp.org.br/sala-de-imprensa/press-release/nutricionista-explica-quais-sao-os-mitos-e-as-verdades-sobre-o-colesterol/