Câncer de pulmão – causas e sintomas

Artigo escrito por Rafael Bombein (CREF – 016866/SP) 

O câncer de pulmão, segundo as estimativas 2023, é o terceiro mais comum em homens (18.020 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (14.540 casos novos) – sem contar o câncer de pele não melanoma. É o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres segundo estimativas mundiais de 2020, que apontou incidência de 2,2 milhões de casos novos, sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres.

A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos.

No Brasil, a doença foi responsável por 28.618 mortes em 2020. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.

O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão; além disso a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer; a maior parte dos casos de câncer do pulmão afeta pessoas entre 50 e 70 anos.

O risco de ocorrência do câncer de pulmão e de morte pela doença aumenta quanto maior a intensidade da exposição ao tabagismo. A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior.

Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos (asbesto, sílica, urânio, cromo, agentes alquilantes, radônio entre outros), água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes.

Os trabalhadores rurais, da construção civil, curtume, fundição de metais, indústrias (alumínio, borracha, cimento e gesso, gráfica e papel, têxtil, metalúrgica, metal pesado, nuclear, eletroeletrônicos, aeronaves, aparelhos médicos, vidro; fertilizantes), mineração, fábrica de baterias, produção de pigmentos, bombeiros hidráulicos, encanadores, eletricistas, mecânicos de automóvel, mineiros, pintores, soldadores, sopradores de vidro, trabalho com isolamento, em navios e docas, conservação do couro, limpeza e manutenção podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.

Se o trabalhador exposto a algum dos agentes ou circunstâncias de exposição citados acima também fumar, o risco de câncer pode ser bem maior, devido ao efeito sinérgico entre tabagismo e alguns agentes químicos e/ou físicos.

As seguintes práticas contribuem para prevenção do câncer de pulmão:

  • Não fumar
  • Praticar atividade física
  • Evitar o tabagismo passivo 
  • Evitar a exposição a agentes químicos (como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho.

Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em estágio inicial apresentam sintomas. Os mais comuns são:

  • Tosse persistente
  • Escarro com sangue
  • Dor no peito
  • Rouquidão
  • Piora da falta de ar
  • Perda de peso e de apetite
  • Pneumonia recorrente ou bronquite
  • Sentir-se cansado ou fraco

Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns

Se você tiver algum desses sintomas, deve procurar atendimento médico. É importante lembrar que, embora o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco sejam os principais fatores de risco, o câncer de pulmão também pode ocorrer em pessoas que nunca fumaram ou não tiveram exposição ao tabaco. 

A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem-sucedido; essa detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pulmão na população geral traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado. Estudos recentes mostraram a possibilidade de que a realização de uma tomografia de baixa dose de radiação em grandes fumantes (um maço por dia por 30 anos), com mais de 55 anos de idade, possa reduzir a mortalidade por esse câncer. Entretanto, há riscos ligados à investigação que se segue nos casos positivos. Por isso, a decisão de fazer ou não esse exame deve ser discutido entre o paciente e o médico.

Já o diagnóstico precoce do câncer de pulmão é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria dos pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:

  • Tosse e rouquidão persistentes
  • Sangramento pelas vias respiratórias
  • Dor no peito
  • Dificuldade de respirar
  • Fraqueza e perda de peso sem causa aparente

Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.

O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radio-oncologista, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.

Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença inicial, e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia.

Para aqueles com doença localizada no pulmão e em linfonodos, sem evidência de doença extrapulmonar, o tratamento é conduzido de forma individualizada, precisando normalmente de quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e cirurgia.

Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é considerado paliativo e deve ser, preferencialmente, realizado por equipe multidisciplinar. A depender das condições clínicas do paciente, pode ser indicado o tratamento sistêmico (por exemplo, quimioterapia). Em algumas situações específicas, a cirurgia e a radioterapia podem ajudar no controle das metástases e dos sintomas. Além disso, é muito importante a atenção ao controle dos sintomas, como a dor ou a falta de ar.


 Referência
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao
Para saber mais;
CÂNCER DE PULMÃO: O QUE É
https://www.youtube.com/watch?v=xqRvKCcWFkc
CÂNCER DE PULMÃO: TIPOS DE CÂNCER
https://www.youtube.com/watch?v=psdOe8qSH5s
CÂNCER DE PULMÃO: RECAÍDA
https://www.youtube.com/watch?v=NlmuNBdT8hg
CÂNCER DE PULMÃO: SINTOMAS
https://www.youtube.com/watch?v=T0E-MeVzw4c
CÂNCER DE PULMÃO: DIAGNÓSTICO
https://www.youtube.com/watch?v=0t5G3XH6WYg
CÂNCER DE PULMÃO: PREVENÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=meakt8DSkx0&list=PL5msOMe1PN1DhJulKmD76r4_eXZwAjaV8&index=9
INSTITUTO VENCER 
https://vencerocancer.org.br/