DISLIPIDEMIA – Perigosa e Silenciosa
Artigo escrito por Rafael Bombein (CREF – 016866/SP)
A dislipidemia é um fator de risco cardiovascular, caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue, relevante pelo desenvolvimento da aterosclerose que é uma inflamação provocada pela formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos nas artérias causando o seu entupimento e, consequentemente, uma piora na circulação e oxigenação do sangue. Essa obstrução é causada pelas placas de ateroma, de onde deriva o nome da doença.
Existem duas variações da dislipidemia, que são caracterizadas de acordo com os fatores causadores da doença:
Dislipidemia Primária: que tem origem genética, mas pode ser desencadeada por fatores que englobam o estilo de vida, como sedentarismo, tabagismo e maus hábitos alimentares.
Dislipidemia secundária: que pode surgir a partir de uma série de outras doenças, como diabetes, hipotireoidismo, obesidade, insuficiência renal, doenças das vias biliares, síndrome nefrótica, síndrome de Cushing, anorexia nervosa e bulimia. Além de também estar associada ao uso de fármacos, como diuréticos em elevadas doses, β-bloqueadores, medicamentos para tratamento de acne, anticoncepcionais e terapia hormonal.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
A dislipidemia é uma doença assintomática, ou seja, não produz sintomas expressivos e, em geral, seu diagnóstico acontece após o surgimento de alguma doença relacionada, como diabetes e hipotireoidismo.
Especialista recomendam a realização de um check-up preventivo, com exame de colesterol incluso, a cada dois ou três anos para identificar dislipidemias, principalmente homens a partir dos 35 anos de idade e mulheres a partir de 45.
Já as pessoas que se enquadram nos fatores de risco da doença, esse acompanhamento deve começar mais cedo, entre 20 e 35 anos no caso dos homens e 20 e 45 no caso das mulheres. Dependendo do resultado dos exames, os diagnósticos possíveis podem ser:
- Hipercolesterolemia isolada: quando seu colesterol ruim, o LDL, está muito elevado, influenciando negativamente no colesterol total.
- Hipertrigliceridemia isolada: quando o nível de triglicérides está alto demais.
- Hiperlipidemia mista: quando ambos os níveis estão elevados. Nesse caso, o risco de ocasionar outras doenças é ainda maior.
- HDL-C baixo: quando seu colesterol bom está abaixo do ideal.
TRATAMENTOS
Como a maioria das ocorrências de dislipidemias envolve hábitos alimentares e sedentarismo, a melhor forma de reverter o quadro é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com medidas práticas, como:
- Evitar o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura, como massas produzidas com farinha de trigo refinada, óleos vegetais e doces açucarados em geral (prefira adoçantes naturais, como stevia e xilitol), optando sempre que possível por produtos integrais;
- Reduzir ao máximo o consumo de álcool;
- Não fumar;
- Praticar alguma atividade física de intensidade moderada, 150 minutos por semana de atividade física moderada;
- Além dessas medidas, nos casos de dislipidemias mais graves, em que há risco de problemas do coração, por exemplo, o médico também pode indicar um tratamento medicamentoso.
E em todos os casos, a mudança do estilo de vida já terá um impacto profundamente positivo na reversão das dislipidemias e qualquer outra condição que ofereça riscos à saúde em geral.
A prática regular de atividade física é essencial para uma vida mais saudável, sendo especialmente importante para prevenir os depósitos de gordura no sangue. Ela está associada a uma melhora do perfil lipídico, que mede a quantidade de moléculas de gorduras na circulação sanguínea, assim como aumenta o colesterol HDL, que é conhecido como o colesterol bom. Esses benefícios são percebidos na população em geral, mas quando falamos em pessoas que já possuem doenças cardiovasculares e dislipidemia, a atividade física tem também um efeito terapêutico, pois passa a ajudar a reduzir esse acúmulo de gordura.
Ressalta-se que a atividade física tem potencial para influenciar na redução dos sintomas, melhorar a qualidade de vida e aumentar a distância máxima caminhada, devendo ser realizadas sob supervisão. A rotina fisicamente ativa também ajuda a controlar doenças associadas, oferecendo um benefício geral para a saúde. Isso porque, segundo reforça o especialista, se existe uma obstrução da artéria na perna há uma grande chance de existir uma outra artéria obstruída em outra parte do corpo, como por exemplo no coração ou no cérebro.