Doenças vasculares

Instituto Arlindo Gusmão de Fontes (IAGF) – Rafael Bombein (CREF 016866/SP) – 08/09/2024

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O mês de setembro é oficialmente o Mês de Conscientização sobre Doenças Cardiovasculares, de acordo com a Lei 14.747/2023, sancionada pela presidência da República em dezembro de 2023.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa.

Estima-se que 17,9 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2016, representando 31% de todas as mortes em nível global. Destes óbitos, estima-se que 85% ocorrem devido a ataques cardíacos e Acidente Vascular Cerebral (AVCs).

Mais de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em países de baixa e média renda.

Das 17 milhões de mortes prematuras (pessoas com menos de 70 anos) por doenças crônicas não transmissíveis, 82% acontecem em países de baixa e média renda e 37% são causadas por doenças cardiovasculares.

O Brasil não fica de fora dessa realidade preocupante. Anualmente, 400 mil brasileiros perdem a vida em decorrência dessas enfermidades. A cada 90 segundos, uma pessoa morre por doença cardiovascular no país, totalizando 46 óbitos por hora. Esses números revelam uma crise de saúde pública que não pode ser ignorada.

As DOENÇAS CARDIOVASCULARES são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos e incluem:

  • Doença coronariana – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco;
  • Doença cerebrovascular – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro;
  • Doença arterial periférica – doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores e inferiores;
  • Doença cardíaca reumática – danos no músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas;
  • Cardiopatia congênita – malformações na estrutura do coração existentes desde o momento do nascimento;
  • Trombose venosa profunda e embolia pulmonar – coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que podem se desalojar e se mover para o coração e pulmões.

Ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais geralmente são eventos agudos causados principalmente por um bloqueio que impede que o sangue flua para o coração ou para o cérebro. A razão mais comum para isso é o acúmulo de depósitos de gordura nas paredes internas dos vasos sanguíneos que irrigam o coração ou o cérebro. Os acidentes vasculares cerebrais também podem ser causados por uma hemorragia em vasos sanguíneos do cérebro ou a partir de coágulos de sangue. A causa de ataques cardíacos e AVCs geralmente são uma combinação de fatores de risco, como o uso de tabaco, dietas inadequadas e obesidade, sedentarismo e o uso nocivo do álcool, hipertensão, diabetes e hiperlipidemia.

A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida por meio da abordagem de fatores comportamentais de risco – como o uso de tabaco, dietas não saudáveis e obesidade, falta de atividade física e uso nocivo do álcool –, utilizando estratégias para a população em geral.

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Os mais importantes fatores de risco comportamentais, tanto para doenças cardíacas quanto para AVCs, são dietas inadequadas, sedentarismo, uso de tabaco e uso nocivo do álcool. Os efeitos dos fatores comportamentais de risco podem se manifestar em indivíduos por meio de pressão arterial elevada, glicemia alta, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade. Esses “fatores de risco intermediários” podem ser mensurados em unidades básicas de saúde e indicam um maior risco de desenvolvimento de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e outras complicações.

A cessação do tabagismo, redução do sal na dieta, consumo de frutas e vegetais, atividades físicas regulares e evitar o uso nocivo do álcool têm se mostrado eficazes para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, o tratamento medicamentoso da diabetes, hipertensão e hiperlipidemia pode ser necessário para reduzir os riscos cardiovasculares e prevenir ataques cardíacos e AVCs. Políticas de saúde que criam ambientes propícios para escolhas saudáveis acessíveis são essenciais para motivar as pessoas a adotarem e manterem comportamentos saudáveis.

Há também um número de determinantes subjacentes das doenças cardiovasculares. Elas são um reflexo das principais forças que regem mudanças sociais, econômicas e culturais – globalização, urbanização e envelhecimento da população. Outras determinantes dessas enfermidades incluem pobreza, 

PRINCIPAIS SINTOMAS DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Sintomas de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais

Muitas vezes não há sintomas da doença subjacente dos vasos sanguíneos. Um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral pode ser o primeiro aviso da doença subjacente. Os sintomas do ataque cardíaco incluem:

  • Dor ou desconforto no centro do peito;
  • Dor ou desconforto nos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas.
  • Além disso, a pessoa pode ter dificuldade em respirar ou falta de ar; sensação de enjoo ou vômito; sensação de desmaio ou tontura; suor frio; e palidez. Mulheres são mais propensas a apresentar falta de ar, náuseas, vômitos e dores nas costas ou mandíbula.

O sintoma mais comum de um acidente vascular cerebral é uma súbita fraqueza da face e dos membros superiores e inferiores, mais frequentes em um lado do corpo. Entre os sintomas, estão:

  • Dormência na face, braços ou pernas, especialmente em um lado do corpo;
  • Confusão, dificuldade para falar ou para entender;
  • Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos;
  • Dificuldade para andar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação;
  • Dor de cabeça intensa sem causa aparente; 
  • Desmaio ou inconsciência.

ATENÇÃO!

As pessoas que apresentarem tais sintomas devem procurar imediatamente assistência médica.

DOENÇA CARDÍACA REUMÁTICA

A doença cardíaca reumática é causada por lesão nas válvulas e músculos cardíacos que surgem a partir da inflamação e cicatrizes derivadas da febre reumática. A febre reumática é causada por uma resposta anormal do organismo à infecção por bactérias estreptocócicas, que usualmente se inicia com dor de garganta ou amigdalite em crianças.

A febre reumática afeta principalmente crianças de países em desenvolvimento, especialmente onde a pobreza é generalizada. Cerca de 2% das mortes por doenças cardiovasculares no mundo estão relacionadas à doença cardíaca reumática.

SINTOMAS DA DOENÇA CARDÍACA REUMÁTICA

  • Sintomas da doença cardíaca reumática incluem: falta de ar, fadiga, batimentos cardíacos irregulares, dor no peito e desmaio.
  • Sintomas da febre reumática incluem: febre, dor e inchaço nas articulações, náusea, dores no estômago e vômito.

Referencias

https://www.paho.org/pt/topicos/doencas-cardiovasculares

https://portal.cardiol.br/br/post/setembro-vermelho-cada-coracao-importa


Para saber mais

Cartilha de Prevenção Cardiovascular

Existem alguns fatores de risco que, quando presentes, aumentam as chances de doença cardiovascular, infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e derrame cerebral (acidente vascular cerebral). Alguns desses fatores não têm como mudar: idade, sexo, história de doença cardíaca na família. Porém, existem outros que você pode mudar: fumo, alimentação inadequada, obesidade, falta de exercícios físicos, colesterol alterado, diabetes, pressão alta e estresse.

Não é o coração que mata, e sim alguns hábitos que você prática no dia a dia que maltratam sua saúde, sobretudo seu coração.

Esta cartilha contém informações sobre hábitos saudáveis para a prevenção de Doenças Cardiovasculares (Infarto do Miocárdio);

Acesso a Cartilha – https://saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/cidadao//cartilha_prevencao_cardiovascular.pdf

Menopausa aumenta o risco de doenças cardiovasculares? Drauzio Varella; 19 de ago. de 2024;

É comum pensar que os homens sofram mais com as doenças cardiovasculares, mas as mulheres também precisam ficar atentas: o risco aumenta após a menopausa. Por conta das alterações hormonais nessa fase, aumenta a prevalência de hipertensão arterial, dislipidemia e colesterol elevado. 

Tanto mulheres quanto homens precisam ficar atentos e fazer consultas regulares a partir dos 35 anos. Além do acompanhamento clínico, mudanças no estilo de vida ajudam na prevenção, como não fumar, controlar doenças crônicas e praticar atividade física;