Geraldo Magela – Presidente do Siemaco campinas

O mineiro que reuniu as categorias da Limpeza de Campinas e mostrou a força do sindicalismo na região

Essa é a história de um mineiro nato: observador, objetivo, fala mansa e acolhedor. Geraldo Magela nasceu em Itaú de Minas, um município ao sudoeste de Minas Gerais, cortado por duas importantes rodovias (MG-050 e MG-344) que interligam a região ao interior paulista. E aos nove anos de idade, em 1970, essas estradas levariam Geraldo e sua família para uma cidade que mudaria o rumo da sua vida para sempre, Campinas.

Princesa do Oeste, terceira cidade mais populosa de São Paulo, Campinas tornou-se o lar dos Magela desde então. E Geraldo iria desenvolver ali toda a sua história, chegando a se tornar uma liderança sindical reconhecida e respeitada, presidindo o SIEMACO Campinas.

Quando observamos todo o caminho que forjou Geraldo no sindicalismo, um detalhe coincide com a história de tantas outras lideranças da categoria: a predileção ao sindicalismo é algo que vem de nascença, está na veia. E tudo se inicia em 1978, quando Geraldo, aos 17 anos, começou sua vida profissional trabalhando no Departamento Pessoal de uma Limpadora. “Na época, a Limpadora Brasília era a maior da região. Lá eu comecei a entender as questões trabalhistas, me interessei pelo tema e acabei conhecendo o José Carlos, que dois anos depois iria fundar o sindicato que representaria a categoria na época”, explica.

Em 1980, o Sindicato de Turismo e Hospitalidade de Campinas convidou Geraldo para ser assessor da Diretoria – na época, o sindicato representava profissionais terceirizados em Asseio, entre outras categorias.  “Depois de um tempo lá, voltei para a trabalhar em uma empresa. Fui Auxiliar de Departamento Pessoal em uma outra limpadora, aí me tornei supervisor de Recursos Humanos por formação”.

Geraldo Magela e Roberto Santiago – Presidente da FEMACO

E Geraldo ficou na supervisão de RH até o ano 2000, quando foi convidado novamente por José Carlos para participar da diretoria de um novo sindicato que ele estava fundando, o SIEMACO Campinas. “Até então, a categoria não era realmente organizada. Fazíamos parte do Turismo e Hospitalidade, não havia muita representatividade. Como havia uma diretoria disposta a fundar um sindicato específico de Asseio e Limpeza Urbana, e sabendo da minha experiência e engajamento sindical, José Carlos me convidou para fazer parte das eleições deste novo sindicato como Secretário Geral”.

Para Geraldo, o novo desafio era um combustível para organizar as categorias e buscar mais direitos. “A possibilidade de interagir, lutar por melhorias e condições de trabalho mais dignas me impulsionaram. Não é aquela rotina de empresa, aqui sempre tem desafios”.

Após dois anos no cargo, em 2002, um acontecimento abala o sindicato. José Carlos de Carvalho, fundador e então presidente do SIEMACO Campinas, faleceu. Geraldo se torna automaticamente o novo presidente do sindicato. “As circunstâncias me fizeram assumir o cargo. O regimento do sindicato previa que o Secretário Geral assumisse a Presidência, e assim ocorreu. Foi uma grande perda para todos nós e uma responsabilidade muito maior de assumir um cargo desses”.

Hoje, eleito e reeleito, reconhecido pelas mudanças que promoveu para as categorias que o SIEMACO Campinas representa, Geraldo fala com orgulho sobre a representatividade e a força que o sindicato tem na região. “São 12 mil trabalhadores e trabalhadoras representados. E temos mais de 50% desse contingente filiado. Mesmo com a alta rotatividade desse tipo de atividade, mantemos bons números. Resultado de um esforço muito grande de todos os funcionários do SIEMACO”.

Instituto é um divisor de águas

“O Instituto Arlindo Gusmão de Fontes fortaleceu o trabalho sindical, deu mais qualidade de vida para a categoria e levou para as empresas trabalhadores felizes e mais producentes”. Geraldo rasga elogios ao IAGF, citando a forma como essa nova fase do instituto foi importante. “Essa cláusula de negociação foi muito bem elaborada pelo Roberto Santiago, presidente da FEMACO, a nossa federação . Possibilitou ampliarmos muito os benefícios que haviam. Se antes os sindicatos poderiam ter um serviço restrito, com o instituto e a introdução do auxílio saúde, isso possibilitou um ganho enorme para categoria e pros trabalhadores. Se sentiram valorizados e com dignidade”.

Hoje Geraldo vê o sindicalismo mais moderno, com mais diálogo e organização. “É completamente diferente a forma como as empresas dialogam conosco, quando elas pegam na lista de RH e percebem que a maioria dos seus trabalhadores é sindicalizado. Conquistamos o respeito das pessoas e queremos fortalecer as nossas categorias cada dia mais”.

“Conquistamos o respeito das pessoas e queremos fortalecer as nossas categorias cada dia mais.”

Geraldo Magela

“Conquistamos o respeito das pessoas e queremos fortalecer as nossas categorias cada dia mais.”

Geraldo Magela

Redação e edição pelo jornalista Fábio Busian – MTB 81800