Trabalhadores da Limpeza: a linha de frente na luta contra o Coronavírus
“Fique em casa!”. Todo mundo já ouviu essa frase e sabe que ela se trata de uma campanha de conscientização para conter os avanços do Coronavírus (Covid-19). A ideia também reforça a conscientização na sociedade sobre como alguns trabalhadores não podem ter o privilégio de estar na quarentena, protegidos durante a pandemia de uma doença respiratória muito semelhante ao resfriado comum, mas que tem taxa de mortalidade alarmantemente alta (5% dos infectados), especialmente para pessoas acima dos 60 anos ou com sistema imunológico comprometido.
Os profissionais de saúde, socorristas e trabalhadores de limpeza (zeladores, empregados domésticos, porteiros, coletores, varredores etc.) fazem parte do time que está na linha de frente desse surto viral, enquanto a maioria da população se mantém em home office (trabalhando em casa) e cumprindo o distanciamento social.
Na verdade, as equipes de limpeza estão na linha de frente na luta contra essa pandemia global, pois são responsáveis pela desinfecção e esfrega das superfícies e áreas que são hospedeiras de germes e vírus potencialmente perigosos.
A maioria absoluta desses trabalhadores exercem suas funções em grandes instituições, prestadores de serviços terceirizados e plataformas de trabalho. Há também os trabalhadores domésticos, autônomos – cuidando muitas vezes não apenas da casa, mas das pessoas que moram nela, como jovens e idosos que necessitam de atenção especial.
Riscos além da pandemia
Mas, para além da pandemia, trabalhadores da limpeza enfrentam riscos que ultrapassam o combate ao Coronavírus, manipulando produtos químicos corrosivos, transportando objetos pesados e entrando em contato com lixo potencialmente infeccioso.
Os trabalhadores da limpeza estão em um lugar particularmente vulnerável nesta crise. Eles, além de trabalharem diretamente com patógenos (organismo capaz de produzir doença) e germes infecciosos, precisam fazer longas viagens em transporte público, muitas vezes lotado, até o local de trabalho. Possuem um atendimento médico na maioria das vezes precário e moram quase sempre em locais sem saneamento básico de qualidade, dividindo o pouco espaço da sua moradia com vários membros da família.
Neste momento de pânico, ansiedade e incerteza, é fácil se concentrar em si mesmo e em suas próprias necessidades. No entanto, é importante que entendamos quem está trabalhando para nos manter saudáveis em face desta pandemia.