Doença mental – Saúde mental no trabalho
Instituto Arlindo Gusmão de Fontes (IAGF) – Rafael Bombein (CREF 016866/SP) – 26/05/2024
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28 de setembro de 2022, Genebra, Suíça – A OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) fizeram um chamado às ações concretas para atender às preocupações sobre a saúde mental da população trabalhadora.
Estima-se que anualmente 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por causa de depressão e ansiedade
O Relatório Mundial de Saúde Mental da OMS, publicado em junho de 2022, mostrou que, em 2019, um bilhão de pessoas viviam com transtornos mentais e, além disso, 15% dos adultos em idade laboral (relativo a trabalho) sofreram com algum transtorno mental.
Desenvolver qualquer atividade exige energia. Na falta desse ingrediente, a qualidade dos processos fica comprometida, resultando em danos nas mais diversas esferas. O indivíduo se sente frustrado e perde a vontade de realizar as coisas, o que pode gerar um constante estado de insatisfação no trabalho.
A maioria das pessoas percebe, facilmente, as consequências da falta de saúde física. Acontece que o esgotamento também atinge a parte mental. Justamente por se concentrar no cérebro e comprometer suas funções, esse tipo de dano é mais difícil de avaliar e, inclusive, de ser aceito por algumas pessoas.
Agenda sobrecarregada, cobranças exageradas, conflitos constantes e falta de comunicação são exemplos de situações que afetam o bem-estar de diversos profissionais. Somadas a outros fatores, como problemas na família, elas podem desencadear uma série de transtornos mentais relacionados ao trabalho; segue a seguir alguns deste transtornos.
SÍNDROME DE BURNOUT
Essa doença tem caráter depressivo e resulta do esgotamento laboral, ou seja, está diretamente ligada à rotina profissional do indivíduo. A síndrome de Burnout faz com que a pessoa apresente comportamentos contrários àqueles esperados para a evolução na carreira. Entre os sintomas, destacam-se:
- Aumento da irritabilidade;
- Inquietação constante;
- Estresse excessivo;
- Negação das próprias necessidades;
- Distanciamento da vida social;
- Incapacidade de se desligar do trabalho.
DEPRESSÃO
É um dos transtornos mentais relacionados ao trabalho mais difíceis de identificar por ter causa multifatorial. A depressão apresenta diversas fases, por isso, deve ser acompanhada por profissionais da área da saúde e tratada de forma personalizada ao perfil de cada indivíduo. Veja os principais sintomas:
- Sentimento de culpa;
- Sensação constante de falta de energia;
- Perda de interesse por aquilo que era importante;
- Aumento ou diminuição repentina do apetite;
- Falta de desejo sexual;
- Medos irracionais;
- Adoção de comportamentos de risco;
- Alto grau de pessimismo;
- Esquecimentos frequentes;
- Insônia e sonolência durante o dia.
ANSIEDADE
Essa doença também tem múltiplas causas, podendo estar relacionada a vários acontecimentos no dia a dia de trabalho: uma discussão com o colega ou o líder, o acúmulo de tarefas e a perda de controle sobre processos essenciais. A pessoa se sente angustiada e, muitas vezes, nem sabe ao certo o que gerou essa situação.
A ansiedade, como todo transtorno, piora com a adoção de hábitos ruins. O consumo de drogas e a alimentação inadequada são apenas alguns exemplos. Entre os sintomas, estão:
- Pensamento acelerado;
- Medo e desconfiança;
- Alterações no sono;
- Tensão muscular;
- Formigamento;
- Tremores e palpitações;
- Sensação de aperto no peito;
- Dificuldade para engolir;
- Suor frio;
- Respiração ofegante;
- Falta de ar.
ESTRESSE OCUPACIONAL
Outro problema recorrente entre os transtornos mentais relacionados ao trabalho. O estresse ocupacional pode ser silencioso, embora cause desgastes físicos e psicológicos ao paciente. Ele resulta de reações muito intensas a diferentes agentes estressores, que diminuem a energia e a motivação do indivíduo.
Se não for diagnosticado e acompanhado por um profissional, esse tipo de estresse pode evoluir para doenças mais graves e de difícil tratamento. Confira os sintomas relacionados:
- Fadiga permanente;
- Irritabilidade;
- Isolamento em relação aos colegas;
- Respostas explosivas a situações incômodas;
- Lapsos de memória;
- Sudorese;
- Náuseas e enjoos;
- Queda da imunidade, o que favorece o desenvolvimento de alergias e demais doenças.
SÍNDROME DO PÂNICO
Considerada um tipo de transtorno de ansiedade, a síndrome do pânico resulta em crises inesperadas de medo e desespero. A pessoa sente, a todo momento, que algo ruim está prestes a acontecer. Mesmo que não haja motivo para se preocupar, a tendência é que a pessoa fique em estado de alerta por estar com receio de sofrer.
- Medo de perder o controle;
- Medo da morte ou de alguma tragédia;
- Sensação de perigo iminente;
- Dores físicas em diversas partes do corpo;
- Percepção de estar fora da realidade;
- Falta de ar/dificuldade para respirar;
- Sentimento de indiferença;
- Dormência e formigamentos;
- Desmaios.
SOMATIZAÇÃO
Esse transtorno faz com que a pessoa tenha diversas queixas físicas sobre diferentes partes ou órgãos do corpo. O problema é que essas reclamações não são explicadas por nenhum tipo de alteração clínica. Os indivíduos que sofrem de somatização costumam ir muito ao médico, embora não recebam um diagnóstico preciso.
Pode ser necessário acompanhamento psiquiátrico e psicológico para que a pessoa aprenda a identificar gatilhos e controlar os sintomas. Entre eles, vale citar:
- Coração acelerado (a famosa taquicardia);
- Enxaqueca ou dores na cabeça;
- Dores musculares, principalmente na região das costas
- Manchas na pele ou irritação;
- Suor excessivo;
- Enjoo constante
- Sensação de boca seca.
Referencias
Para saber mais
Texto – Mês da conscientização da saúde mental; Instituto Arlindo Gusmão de Fontes (IAGF); 01/01/2024; https://institutoagf.com.br/janeiro-branco-mes-da-conscientizacao-da-saude-mental-e-emocional
Vídeo
Como acabar com a Ansiedade no Trabalho; Dr. Marco Abud, Psiquiatra especializado no tratamento da Ansiedade e Depressão; transmitido em 16 de abr. de 2024