Gota – A doença inflamatória

Instituto Arlindo Gusmão de Fontes (IAGF) – Rafael Bombein (CREF 016866/SP) – 12/08/2024

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As quedas são comuns durante a velhice e podem acarretar graves consequências para a saúde da pessoa idosa, além de ser um possível indicativo de fragilidades físicas e até doença aguda. No Brasil, a prevalência de quedas apontada pelo Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado em uma amostra representativa da população idosa residente em áreas urbanas, foi de 25%. 

Um estudo demonstrou ainda que os fatores associados às quedas são multidimensionais, destacando sexo feminino, faixa etária igual ou superior a 75 anos, medo de cair devido a defeitos nos passeios, medo de atravessar a rua, artrite ou reumatismo, diabetes e depressão.

Segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, a estimativa entre os idosos com 80 anos ou mais, é que 40% sofram quedas todos os anos. Dos que moram em instituições de longa permanência, asilos ou casas de repouso, a frequência de quedas é ainda maior: destes, 50% podem cair.

Os fatores de risco que mais se associam às quedas são: idade avançada (80 anos e mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; uso de medicamentos sedativos, hipnóticos, ansiolíticos; uso de vários medicamentos.

Apesar da frequência, as quedas podem ser evitadas. Algumas atividades e comportamentos de risco podem aumentar a possibilidade de cair, assim como ambientes inseguros. 

RISCO DE QUEDA RELACIONADOS AO INDIVIDUO IDOSO

  • Diminuição da forca muscular;
  • Osteoporose;
  • Anormalidades para caminhar;
  • Arritmia cardíaca (batimento cardíaco irregular);
  • Alteração da pressão arterial;
  • Depressão;
  • Senilidade (alterações físicas e mentais que ocorrem com o avanço da idade);
  • Artrose, fragilidade de quadril ou alteração do equilíbrio;
  • Alterações neurológicas (derrame cerebral, doença de parkinson, esclerose múltipla e mal de alzheimer);
  • Disfunção urinária e da bexiga;
  • Uso controlado de determinadas drogas;
  • Diminuição da visão;
  • Diminuição da audição;
  • Câncer que afeta os ossos;
    deformidades nos pés (unhas grandes, joanetes dolorosos etc.)

FATORES RELACIONADOS AO AMBIENTE

  • Iluminação: ambientes mal iluminados favorece a ocorrência de quedas;
  • Arquitetura: casas mal planejadas aumentam o risco de quedas;
  • Móveis: disposição inadequada atrapalha a locomoção e quando instáveis não servem como apoio;
  • Espaço: oferecem risco os objetos escorregadios espalhados pela casa;
  • Cores: ambiente muito escuro aumenta a chance de quedas.

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA PREVENIR QUEDAS

  • Faça exames oftalmológicos e físicos anualmente, em específico para detectar a existência de problemas cardíacos e de pressão arterial;
  • Mantenha em sua dieta uma ingestão adequada de Cálcio e vitamina D;
    tome banhos de sol diariamente;
  • Participe de programas de atividade física que visem o desenvolvimento de agilidade, força, equilíbrio, coordenação e ganho de força do quadríceps e mobilidade do tornozelo;
  • Elimine de sua casa tudo aquilo que possa provocar escorregões e instale suportes, corrimão e outros acessórios de segurança;
  • Use sapatos com sola antiderrapante;
  • Amarre o cadarço do seu calçado;
  • Substitua os chinelos que estão deformados ou estão muito frouxos;
    use uma calçadeira ou sente-se para colocar seu sapato;
  • Evite sapatos altos e com sola lisa;
  • Evite ingestão excessiva de bebidas alcoólicas;
  • Mantenha uma lista atualizada de todos os medicamentos que está tomando ou que costuma tomar, e as dê para os médicos com quem faz consulta;
  • Informe-se com o seu médico sobre os efeitos colaterais dos remédios que você está tomando e de seu consumo em excesso;
  • Certifique-se de que todos os medicamentos estejam claramente rotulados e guardados em um local adequado (que respeite as instruções de armazenamento);
  • Tome os medicamentos nos horários corretos e da forma que foi receitada pelo médico, na maioria dos casos, acompanhados com um copo d’água;
    nunca ande só de meias;
  • Fadiga muscular e confusão mental aumentam o risco de quedas;
  • Mulheres que não conseguem encontrar sapatos esportivos suficientemente largos para o formato do seu pé devem comprar na seção masculina, pois estes sapatos têm fôrmas maiores.

ATENÇÃO!

Simples cuidados e adaptações poderão diminuir o risco de quedas dentro de sua casa; basta verificar abaixo algumas orientações quanto a modificações na organização dos móveis, da casa e iluminação.

NO QUARTO

  • Coloque uma lâmpada, um telefone e uma lanterna perto de sua cama;
  • Durma em uma cama na qual você consiga subir e descer facilmente (cerca de 55 à 65 cm);
  • Os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes para facilitar a abertura, assim como iluminação interna para facilitar a localização dos pertences;
  • Dentro do seu armário, arrume as roupas em lugares de fácil acesso, de preferência evitando os locais mais altos;
  • Substitua os lençóis e o acolchoado por produtos feitos por materiais não escorregadios, como por exemplo, algodão e lã;
  • Instale algum tipo de iluminação ao longo do caminho da sua cama ao banheiro;
  • Não deixe o chão do seu quarto bagunçado.

NA SALA E CORREDOR

  • Organize os móveis de maneira que você tenha um caminho livre para passar sem ter que ficar desviando muito;
  • Mantenha as mesas de centro, porta revistas, descansos de pé e plantas fora da zona de tráfego;
  • Instale interruptores de luz na entrada das dependências de maneira que você não tenha que andar no escuro até que consiga ligar a luz. Interruptores que brilham no escuro podem servir de auxílio;
  • Ande somente em corredores, escadas e salas bem iluminadas;
  • Não acumule ou deixe caixas próximas do caminho da porta ou do corredor;
  • Deixe sempre o caminho livre de obstáculos;
  • Mantenha fios de telefone, elétricos e de ampliação fora das áreas de trânsito, mas nunca debaixo de tapetes;
  • Não deixe extensões cruzarem o caminho; reorganize a distribuição dos móveis;
  • Coloque nas áreas livres tapetes com as duas faces adesivas ou com a parte de baixo não deslizante;
  • Não sente em uma cadeira ou sofá muito baixo, porque o grau de dificuldade exigido para se levantar é maior, sendo que estes devem ser confortáveis e com braços;
  • Concerte imediatamente as áreas em que o carpete está desgastado;
  • Remova peitoril de porta maior que 1,3 m.

NA COZINHA

  • Remova os tapetes que promovem escorregões;
  • Limpe imediatamente qualquer líquido, gordura ou comida que tenham sido derrubados no chão;
  • Armazene a comida, a louça e demais acessórios culinários em locais de fácil alcance;
  • As estantes devem estar bem presas à parede e ao chão para permitir o apoio do idoso quando necessário;
  • Não suba em cadeiras ou caixas para alcançar os armários que estão no alto;
  • No piso, utilize ceras que após a aplicação não deixem seu piso escorregadio;
  • A bancada da pia deve ter de 80 a 90 cm do chão para permitir uma posição mais confortável ao se trabalhar.

NA ESCADA

  • Não deixe malas, caixas ou qualquer tipo de bagunça nos degraus;
  • Interruptores de luz devem estar instalados tanto na parte inferior quanto na parte superior da escada. Uma outra opção é instalar detectores de movimento que fornecerão iluminação automaticamente;
  • A iluminação deverá permitir a visualização desde o princípio da escada até o seu fim, assim como as áreas de desembarque;
  • Mantenha uma lanterna guardada em algum lugar próximo em caso de apagão;
  • Remova os tapetes que estejam no início ou fim da escada;
  • Carpete fixo na escada: selecione um carpete que tenha uma cor sólida (sem desenhos ou muitas formas) através do qual seja possível visualizar claramente as bordas dos degraus;
  • Coloque tiras adesivas antiderrapantes em cada borda dos degraus;
  • Instale corrimãos por toda a extensão da escada e em ambos os lados. Eles devem estar em uma altura de 76 cm acima da escada;
  • Conserte imediatamente as áreas em que o carpete esteja desgastado (principalmente as bordas dos degraus).

NO BANHEIRO

  • Coloque um tapete antiderrapante ao lado da banheira ou do box para sua segurança na entrada e saída.;
  • Instale na parede da banheira ou do box um suporte para sabonete líquido;
  • Instale barras de apoio nas paredes do seu banheiro;
  • Duchas móveis são mais adequadas;
  • Mantenha algum tipo de iluminação durante a noite;
  • Use dentro da banheira ou no chão do box tiras antiderrapantes;
  • Substitua as paredes de vidro do box por um material não deslizante;
  • Ao tomar banho, utilize uma cadeira de plástico firme com cerca de 40 cm, caso não consiga se abaixar até o chão ou se sinta instável.

Referencias

https://www.into.saude.gov.br/lista-dicas-dos-especialistas/186-quedas-e-inflamacoes/272-como-reduzir-quedas-no-idoso

https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2022/10/todos-os-anos-40-dos-idosos-com-80-anos-ou-mais-sofrem-quedas


Para saber mais

Vídeo – Monica Perracini, fisioterapeuta e especialista em velhice, dá dicas de como diminuir o risco de quedas e acidentes de pessoas idosas no ambiente doméstico; Drauzio Varella ;12 de fev. de 2021;