Vacina contra a covid-19 para crianças começa a ser aplicada; Entenda a importância de vacinar seu filho.
No início de janeiro, um mês depois da sua aprovação pela Anvisa, os imunizantes em dose pediátrica da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 começaram a chegar ao Brasil. O primeiro lote desembarcado no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), foi de 1,2 milhão de doses.
Crianças de cinco a 11 anos já começaram a ser vacinadas, com prioridade inicial para aquelas com comorbidades ou deficiência, indígenas e quilombolas. As empresas vêm testando uma dose mais baixa do imunizante – apenas 10 miligramas em crianças entre cinco e 11 anos. Isso é um terço da dose administrada a adultos.
Em um ensaio clínico que incluiu mais de 2,2 mil crianças, a Pfizer afirma que duas doses de seu imunizante, administradas com três semanas de intervalo, geraram um alto nível de anticorpos neutralizantes, comparável ao nível observado em crianças mais velhas que recebem uma dose mais alta da vacina. ou seja, a vacina é segura e eficaz para crianças.
Vacina infantil protege filhos de trabalhadores
Segundo o IBGE, a população ocupada é de cerca de 100 milhões de pessoas, que em sua maioria se expõem diariamente em ambientes de trabalho e no transporte público, levando para suas casas, consequentemente para filhos e filhas, a covid-19. Para Maria Auxiliadora Gomes, que faz parte da Coordenação de Ações Nacionais e de Cooperação (IFF/Fiocruz), “o fortalecimento da capacidade de atenção à saúde da criança e adolescente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser prioridade em todo o país. Esse esforço deve estar articulado a outras políticas de proteção social”.
De acordo com o IFF/Fiocruz, as consequências da pandemia sobre a saúde de crianças e adolescentes no Brasil, assim como em outros países da América Latina, tem potencial muito mais negativo do que o que vem sendo relatado em países da Europa e América do Norte.
Alguns fatores devem ser considerados e enfrentados sob o risco de aumento na morbimortalidade, tais como: (a) a composição demográfica da população brasileira com alto número de crianças e adolescentes; (b) contingente de crianças com condições crônicas com controle insuficiente; (c) desafios no acesso e qualidade do cuidado na Atenção Primária à Saúde; (d) desafios no acesso e qualidade do cuidado pediátrico de maior complexidade, particularmente em tempos de grande pressão no sistema hospitalar, levando, inclusive, à desativação de leitos pediátricos e, (e) o aumento da vulnerabilidade social.
Por isso, imunizar toda a população, incluindo o público infantil, é essencial para o controle dessa que, para alguns especialistas, pode tornar-se uma pandemia.
Imunização infantil se dará em duas etapas
Na primeira leva, São Paulo receberá 250 mil unidades. O estado vacinou, dia 14 de janeiro, sua primeira criança, em uma cerimônia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na capital paulista. A chegada do segundo lote de vacinas, com mais 1,2 milhão de doses, ocorreu dia 16 de janeiro. O Governo Federal encomendou à Pfizer/BioNTech 20 milhões de doses, cuja entrega completa deve ocorrer até o final do primeiro trimestre. Com uma população de cinco a 11 anos estimada em 20,4 milhões pelo IBGE, falta ao menos a metade das doses para garantir a vacinação completa (duas doses) desse grupo. Ainda não há informações sobre a aquisição de mais vacinas.
CoronaVac ajudará na vacinação em massa
O pedido de liberação da CoronaVac para crianças e adolescentes de três a 17 anos entrou em fase final de avaliação pela Anvisa. No dia 13 de janeiro, representantes do Instituto Butantan, do laboratório chinês Sinovac Biotech, especialistas chilenos que participaram do estudo para autorização do imunizante no país e membros de sociedades médicas se reuniram com técnicos da agência reguladora para prestar os últimos esclarecimentos. O parecer definitivo é esperado dentro de alguns dias, mas ainda não há data.